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Quando o desafio foi lançado – logo as apostas e os palpites começaram a surgir. Conforme os últimos prognósticos a chance era de sete para um contra Tiago Braz que no recente, e único, confronto foi derrotado após uma genial jogada de Nairo que sacrificou uma qualidade e um peão para romper a defesa de Tiago e vence-lo faltando pouco mais de quinze segundos para encerrar seu tempo. O palco estava montado. Os 32 participantes jogariam um suíço em cinco rodadas e torcendo para ficar entre os sete que disputariam a sonhada final pelo sistema Rond-Robin (todos contra todos) com rodadas duplas.

No entanto – quem foi para ver este grande confronto entre Nairo Prado e o menino prodígio Tiago Braz marcado para este ultimo domingo dia 8 na sala vip do Fronteira Anime Game Stori ficou só na esperança. Mas há planos para que este apoteótico desafio aconteça na terceira semana de julho – quando a agenda de Tiago acena por uma possível data disponível – uma vez que seus compromissos conexos são muito grandes e seus fãs deverão ter paciência e esperar por esta oportunidade que o Bobby Fischer Xadrez Clube oferecerá em breve.

Sorte de campeão

Engana-se aquele que pensar que a sorte não acompanha os campeões – e ainda mais se este postulante colaborar e fizer sua parte, ou seja, fazer por merecer e conquistar suas vitórias. Já de cara – como aconteceu quando Nairo debutou nos torneios do BFXC jaz algum tempo quando na primeira rodada venceu o Bye sem nenhuma dificuldade. Não é que domingo passado o senhor destino Swiss Perfect 98 o presenteou novamente com o Bye na primeira rodada. Foram os seis pontos mais fáceis daquela tarde. Em escassos minutos Nairo já estava livre para descansar e se concentrar para as ‘pedreiras’ que viriam pela frente.

Porém, mesmo que a sorte o premiara naquele instante – Nairo não deixava de, mesmo que disfarçadamente, de canto de olho ficar atento à porta, pois a qualquer instante Tiago poderia chegar e o circo pegaria fogo. Sua ausência não fora anunciada com antecipação – mesmo que a direção do Bobby Fischer soubera disso desde o dia anterior. O suspense foi proposital para deixar todos os 32 participantes no mínimo desconfiados. Caso ele chegasse haveria uma mudança total no favoritismo do virtual campeão.

Sistema de disputa

Semelhantes aos moldes do chaveamento da Copa do Mundo de Futebol depois de um suíço onde apenas oito se classificaram para a grande final numa disputa de dois confrontos – turno e returno, onde os pontos variavam conforme as cores das peças – o primeiro turno Nairo encerrou com incrível 100% de aproveitamento – onde venceu todas as partidas. Porém ele não contava que oculto entre os outros sete enxadristas estava Nilo Cruxen que passou para a segunda fase com apenas um ponto atrás – 19 a 18.

Sem perda de tempo logo o telão atualizou a classificação e chamou para o inicio do returno. Aqueles que outrora jogaram de brancas, voltariam a enfrentar o mesmo adversário só que desta vez no comando das peças negras. Era uma oportunidade para rever os eventuais erros, corrigi-los e – quem sabe, vencer o jogo outrora perdido. Na teoria isso funciona, mas na prática se verificou que estamos tratando com seres humanos, suscetíveis a pressões de todo o tipo, espécie, gênero e grau. E, se tratando do xadrez as possibilidades são verdadeiramente infinitas.

Únicas derrotas

Tanto um como o outro encontrou em seu álter ego a única derrota. No primeiro turno Nairo no comando das peças negras derrotou Nilo que estava de brancas. Resultado. 0,0 a 4,0. Cruxen um jogador de nívelIMG_20140608_161304 internacional que já disputou centenas e centenas de torneios pelo Brasil e no exterior de sangue frio sentou-se diante de Nairo de resolveu colocar os pontos nos is – deu o troco e conquistou quatro pontos. Resultado: 4,0 a 4,0. Contudo, como Nilo havia perdido um ponto no primeiro turno a decisão de conquistar o título não dependia mais dele. Por mais que vencesse todas as suas partidas restantes assim mesmo dependeria de Nairo perder pelo menos um ponto para forçar um jogo desempate.

O Campeão

O relógio marcava 18h20min quando iniciou a última rodada. Na mesa um Nairo contra Gustavo El Hanini e Nilo ao lado enfrentava o campeão de Rivera Chico que estava só com seis pontos ganhos contra o Bye. Cruxen olhou para a classificação parcial, fez mentalmente alguns breves cálculos e concluiu que não conseguiria alcançar Nairo mesmo derrotando Félix Maidana que estava numa péssima fase – ainda mais que o oponente de Prado não representava nenhum risco. Aquela era uma batalha perdida. Então tomou a decisão, segundo sua ótica, correta e decidiu jogar para cumprir tabela.

Nilo Cruxen já vice-campeão antecipado resolveu poupar seus neurônios titulares e jogou sem nenhuma pressão. Foi aí que Félix viu a oportunidade de conquistar valiosos seis pontos e partiu para cima como nunca. Nilo, que de bobo não tem nada – percebeu a maldade e que – se levasse um xeque-mate, mesmo facilitado, seria objeto de gozação pelo Félix para sempre. Então se fechou e acabou perdendo no tempo.

Enquanto isso Nairo só não ratificava seu título vencendo um dos gêmeos e somando 38 pontos dos 42 possíveis quanto ganhava preciosos 46 pontos no ranking passando liderar com larga vantagem diante do segundo colocado. Nairo estava com 2188 e passou para 2226 e Nilo, com os 58 pontos somados ficou na vice-liderança com 2172 pontos.

Dos finalistas apenas o representante de Bagé, Luciano Godoy perdeu pontos no ranking. Mesmo ficando em quarto lugar com 22 pontos, Godoy perdeu 11 pontos e passou a ser o 14º no ranking do BFXC com 1974 pontos. Os demais – mesmo o Félix, ganharam pontos no ranking. O que mais cresceu foi Rafael El Hanini que ocupa a nona posição com 2044 após receber 111 pontos de bonificação.

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Clas. Nome                      Rating  Origem       Pontos Buch. B-well  Berg. M-Buch.

      Nairo Prado,              2188 Santa Maria    38     140.5  843.0 685.00    94.5

      Nilo Cruxen,              2114 Rio de Janeiro 35     143.5  861.0 677.50    94.5

      Rafael El Hanini,         1917 Livramento     27     151.5  909.0 401.00   102.5

      Luciano Godoy,            1985 Bagé           22     156.5  939.0 286.00   107.5

      Oscar Rodríguez,          1855 Montevidéu     19     159.5  957.0 296.00   110.5

      Gustavo El Hanini,        1780 Livramento     17.5   161.0  966.0 272.50   112.0

      Félix Maidana,            1850 Rivera Chico   17     161.5  969.0 279.00   112.0

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