Esta é uma explicação lógica e de fácil compreensão. Acontece que a atividade disputada na noite deste último sábado, dia 19 na sala vip cônsul argentino Alfredo Sanchez do Bobby Fischer Xadrez Clube de Sant’Ana do Livramento se tratava de um confronto fechado reuniu apenas os quatro campeões em suas respectivas áreas da vizinha cidade uruguaia – Oscar Rodriguez tricampeão do bairro Universitário e praça José Posada, Félix Maidana de Rivera Chico, Roberto Castillo do Cerro do Marco e o fenômeno Diego Pelaez, heptacampeão departamental de Rivera e primeiro do ranking do Cerro Marconi.
Foi realmente um dos mais equilibrados ‘tira-teimas’ das ultimas semanas onde a classificação, com exceção do campeão de Rivera Chico que não esteve em uma noite inspirada – houve rigoroso empate nos quatro primeiros critérios. Apenas após o quinto critério – escores progressivos, que a tabela final de classificação pode ser conhecida.
Contudo – mais uma vez se verificou um fato de extrema rivalidade entre os ‘irmãos riverenses’ porém nada de anormal ou que excedesse a esfera da esportividade. Como os confrontos – que eram todos contra todos, estavam cirurgicamente empatados onde cada um havia vencido do outro e assim sucessivamente – a decisão ficou para última rodada e muitas combinações ainda alterariam a ordem na classificação final.
A decisão não estava apenas na mesa um onde Castillo no comando das peças brancas enfrentou Oscar que com um simples empate seria campeão isolado. Para Roberto ficar em primeiro não bastaria apenas vencer, mas contar com resultados combinados. Assim. Se na mesa ao lado Félix derrotasse Pelaez o título – por força dos critérios de desempates seria do multicampeão da subida do Cerro do Marco. Mas a tarefa não seria simples assim. A primeira etapa foi cumprida com relativa facilidade – Castillo venceu Oscar, mas o problema agora nem era o heptacampeão campeão departamental que sua vitória era dada como certa mesmo antes do início da partida – não pela superioridade técnica, mas pela escalação neural que Félix resolveu colocar em jogo.
O campeão de Rivera Chico simplesmente convocou seus neurônios mais débeis, fracos e cansados. Esta decisão tinha um objetivo. Não que estivesse desmotivado e sem chances de ser campeão ou ficar noutra posição senão fosse em último. Sabendo de antemão o resultado entre Castillo e Oscar a decisão final estava em suas mãos. Logo se sentiu poderoso. Um deus. O que acontecesse naquele campo quadriculado repercutiria diretamente no futuro – não no seu que estava no limbo, mas de seu arquirrival.
Fazendo uma breve analogia utilizando a maior rivalidade aqui no Rio Grande do Sul. Seria o mesmo que pedisse que um time da dupla grenal vencesse para o outro sagrar-se campeão. Bem, isso há uns anos aconteceu. O Internacional só não foi campeão porque o Grêmio entregou a partida para o Flamengo. Voltando ao esporte/ciência e ginástica da inteligência – o tricolor gaúcho estava sendo representando por Félix que não apenas a havia escalado seus piores neurônios, mas aqueles que participaram há 50 anos de suas primeiras aulas de xadrez e apenas lembravam das jogadas elementares. Não deu outra. Perdeu facilmente a partida e entregou o título para Oscar Rodrigues. Se porventura Félix derrotasse Diego haveria uma reviravolta radical na classificação final – ele seguiria em quarto, mas o campeão seria o Roberto Castillo.
Classificação final |
Clas.Nome Berg. Buch. M-Buch. B-well Progr. |
1 Oscar, 18.00 12.0 6.0 72.0 15.0 |
2 Diego, 18.00 12.0 6.0 72.0 12.0 |
3 Castillo,18.00 12.0 6.0 72.0 9.0 |
4 Félix, 6.00 12.0 6.0 18.0 3.0 |