IMG_0945_359x480Talvez o fato de carregar nas costas a esperança de 100 mil riverenses e 3,7 milhões de compatriotas espalhados em todos os 19 Departamentos de uma nação ansiosa por mais um feito de seu recém eleito “Personalidade pública número um de Rivera” – méritos e conquistas não só pela sua grande vitória ocorrida há duas semanas na Sala Vip Cônsul Argentino Alfredo Sanchez do Bobby Fischer Xadrez Clube quando derrotou de forma brilhante Tiago Braz no match que objetiva a unificação do título de supercampeão da fronteira de xadrez pensado – mas pelas múltiplas e sucessivas conquistas que lhe rendeu o título de heptacampeão departamental. Mas principalmente por trazer à luz dos mais jovens que não tiveram a alegria de comemorarem o título de campeão mundial de futebol em 1950 justamente sobre o Brasil.

O fenômeno Diego Pelaez tinha uma tarefa difícil. Repetir o “Maracanazo” – mas sabia que seria IMG_0944_359x480uma parada muito dura – pois tivera uma agenda de compromissos que limitava seu tempo a entrevistas em emissoras de rádios, televisão e jornais, além de inúmeros contatos oficiais com autoridades do executivo na vizinha cidade de Rivera – por outro lado estas duas semanas foram de estudos para Tiago. Ambos tinham o mesmo objetivo, mas os obstáculos eram distintos. O fenômeno não teve tempo de se preparar para o segundo confronto pela unificação dos títulos de campeão da fronteira devido à estrondosa repercussão de sua vitória anterior que lhe rendeu uma popularidade acima do esperado – ao passo que o ‘imperador Braz’ recorreu até ao seu programa de análises de mestres para buscar seus erros na partida anterior e corrigi-los.

Uma partida de xadrez, assim como em outros esportes onde se enfrentam grandes campeões nenhum detalhe pode ser esquecido. E foi num movimento de Cavalo para uma casa inoperante que Diego comprometeu toda a sua estratégia proporcionando a Tiago que passasse um peão para cima de seu roque, dobrasse suas Torres e deixando Diego completamente encurralado cuja honra maior foi declinar seu Rei – estender sua mão cumprimentando seu adversário reconhecendo a derrota.

Porém se engana aquele que pensar ter sido este o ponto nefrálgico do desenvolvimento de Diego. Como estava no comando das peças brancas Tiago usou toda sua experiência de líder do ranking e deixou que Pelaez tomasse o rumo de sua defesa tradicional culminando com o roque menor. Só que estava aqui o pulo do gato! O imperador Braz rocou para o lado contrário e atacou a ala do rei com todos seus Peões e peças maiores – não deixando nenhum tempo para que seu contendor contratacasse de forma espelhada. E com um pulo do Cavalo para uma casa neutra, um momento inútil e evasivo – Diego tirou de jogo uma peça importante que poderia ter dado suporte a sua defesa e deu no que deu. Não obstante a situação do fenômeno ira de mal a pior – o Cavalo em B6 para depois em C4 atacando a Dama talvez até ganharia um fôlego – ‘pero no mucho’ – mas colocar em F6 selou seu epitáfio. Confirmando o velho ditado que diz: O RAIO NÃO CAI DUAS VEZES NO MESMO LUGAR!!!

O match pela unificação está empatado. Ambos venceram no comando das peças brancas. Na próxima quinta-feira, dia 20 saberemos como virá Diego, pois terá uma semana de preparação.  As cartas estão lançadas – um especialista poderá imaginar que provavelmente esta terceira partida tenha um final diferente, como – por exemplo, um empate, uma vez que ambos provaram o sabor amargo da derrota no comando das peças Negras e desta vez caberá a Tiago deter o ataque do fenômeno. Tudo poderá acontecer. Neste espetáculo há apenas uma certeza – o da imprevisibilidade. Como disse certa vez uma voz perdida no tempo e espaço – “quem viver verá!” e este terceiro confronto promete ser de tirar o fôlego.

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