Xadrez verão SESI/BFXC
Torneio de ping reverencia a volta do amigo e primeiro campeão do xadrez santanense
Finalmente o intenso calor dara uma trégua – calcula-se que dos sufocantes 35 graus Celsius registrado lá pelas 13 horas, talvez com a iminente ameaça de cair alguma chuva onde algumas nuvens espaças bloquearam os raios do sol, agora, 18 horas talvez a temperatura tenha despencado para 28 quiçá 29 graus. Foi aí que a chegada de um personagem ilustre e um dos ícones do xadrez santanense – trouxe à pracinha José Bonifácio um atrativo a mais neste último domingo dia 8.
Este verdadeiro dinossauro e o primeiro campeão de xadrez – do tempo em que o Bobby Fischer ainda não existia, mas as atividades já aconteciam por força e competência do jornalista Pedro Nicola no chamado xadrez de garagem, logo se transformou numa atração à parte. Conteve-se por alguns instantes, mas logo teve que se render a força da tietagem daqueles meninos que nem haviam nascido quando ele dominava este grande esporte na fronteira.
Em animadas rodinhas ele entusiasmadamente contava como era o xadrez em sua época, das dificuldades em, por exemplo, de se ter um relógio de xadrez, artigo de luxo. O modelo das peças de xadrez e os tabuleiros também eram diferentes – tudo em madeira nobre e feito de maneira artesanal. Mas o que mais deixou os pequenos fãs realmente animados foi quando ele aceitou participar de um torneio relâmpago em homenagem ao seu retorno à cidade e, de sobremaneira, às atividades enxadrísticas.
Uma coisa Nilton Vigânico não imaginava – que aqueles jogadores, mirins, cadetes, infantis e juvenis jogassem tanto. Ou talvez fosse ele que estava jogando pouco ou estaria fora de ritmo. Quando ele fora campeão na cidade só jogavam adultos, e de peso, diga-se de passagem. Neste tempo remoto, lá nos finais dos anos 80 e até 1992 Nilton foi soberano. Seus adversários já naquele período eram ninguém menos que Nilo Cruxen, Nilo Figueredo, Sérgio Bolivar, Sérgio Gonzalez, Dirney Cardozo (que mais tarde virou Belo), Valmir Souza, Leonardo Sabão entre tantos. Neste time de craques que Vigânico reinou e ficou invicto até partir da cidade.
Com o adiantado da hora a organização – atendendo o clamor dos jogadores resolveu promover um torneio em homenagem ao retorno do antigo campeão. Decidiram em assembléia e congresso técnico que o evento seria de “ping”, ou seja – xadrez relâmpago de 5 minutos com captura de rei sem que seja necessário comunicar o eventual xeque. Talvez tenha sido aí as grandes dificuldades enfrentadas pelo velho campeão já com seus fios de cabelo e barba brancos – na sua época não existia esta modalidade de disputa. Mas nem por isso deixou de curtir o inusitado acontecimento e a homenagem do consórcio institucional formado pelo SESI/Lazer e o Bobby Fischer Xadrez Clube.
Nilton até que não fez muito feio. Chegou ao limite de suas potencialidades e até protagonista de um episódio inusitado. Consegui a façanha de empatar em todos os critérios com Cristian Sampaio. Aí a solução foi um jogo extra numa melhor de três partidas no mesmo ritmo de 5 minutos. E foi aí que fez diferença a experiência. Neste caso a de Cristian que deu uma aula. Foram três jogos de rara beleza – que despertou a atenção não só dos demais jogadores, mas de populares que passavam pela praça. Um show de xadrez ao ar livre. Cristian venceu por 2 a 1 conquistando o terceiro lugar.
Após sucessivas rodadas de “blitz” a organização premiou com medalhas os seis primeiros da categoria geral:
- Jorge Bazzan (Beronzinho)
- Ramão Vargas
- Cristian Sampaio
- Nilton Vigânico,
- Luis Henrique
- Lisandro da Silva